embarquei para nova iorque no dia 15 de julho com duas expectativas:
uma: seria a primeira vez que cruzaria a américa do sul e, ainda por cima, com destino aos eua; outra: enfrentaria o pavor de um voo por mais de três horas.
confesso, com a ansiedade, entrei em crise. olhava ao meu redor, os mendigos jogados nas calçadas, as crianças implorando nos semáforos, os catadores fuçando nas lixeiras e os trabalhadores amassados nos ônibus contrastavam com dias que se seguiriam em um hotel nas proximidades da times square.
senti a inveja correr pelas minhas entranhas: deve ser muito bom acreditar na existência de deus e saber que esse caleidoscópio de destinos e sortes é produto da obra racional de um pastor bem intencionado. entretanto, o que late é a consciência da aleatoriedade da existência e a real percepção de que a existência é caótica.
não há nenhum merecimento em detrimento a uma punição no fato de eu viajar para nova iorque e um outro sujeito dormir em um albergue e percorrer a cidade em busca de migalhas.
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